Para refletir: A turma do "Eu me acho".
Publicada em 06/01/2014 01h50
A educação moderna exagerou no culto à autoestima – e produziu adultos que se comportam como crianças.
Como enfrentar esse problema?
Segue texto sobre o tema publicado na Revista Época.
A turma do "Eu me acho".
Abaixo seguem trechos da reportagem.
Como domar um ego adolescente: é preciso frustrar; a mesada tem limites; seja duro; a base é a confiança; ensine o desapego.
Como não mimar demais seu bebê: imponha limites; saiba dizer não; cobre autonomia; elogie sinceramente; cuidado com as compras.
“Em 26 anos ensinando adolescentes, pude ver como eles crescem cercados por adultos que os tratam como preciosidades. Mas, para se dar bem daqui para a frente, eles precisam saber que agora estão todos na mesma linha, que nenhum é mais importante que o outro.” - David McCullough Jr, professor de inglês de uma das melhores escolas de ensino médio dos Estados Unidos, a Wellesley High School, em Massachusetts.
“Muitos pais modernos expressam amor por seus filhos tratando-os como se eles fossem da realeza. Eles precisam entender que seus filhos são especiais para eles, não para o resto do mundo.” - Keith Campbell, psicólogo da Universidade da Geórgia e coautor do livro Narcisism epidemic (Epidemia narcisista), de 2009, sem tradução para o português.
Em português, inglês ou chinês, esses filhos incensados desde o berço formam a turma do “eu me acho”. Porque se acham mesmo. Eles se acham os melhores alunos (se tiram uma nota ruim, é o professor que não os entende).
"O melhor modelo de pais são os competentes". Eles são exigentes – sabem exercer o papel de pai ao impor limites e regras que os filhos devem respeitar –, mas, ao mesmo tempo, são flexíveis para escutar as demandas das crianças e ceder, se julgarem necessário." - Diana Baumrind, psicóloga e pesquisadora da Universidade da Califórnia em Berkeley.